É junho. É frio. É tempo de agasalho e de muita saudade de calor trocado.
Como quem não espera pela chegada do saudoso abraço, me visto de mim mesmo e do amor próprio que tenho, sendo um homem só que envolve-se pelos próprios braços, com mãos tapadas entre axilas apertadas.
Na busca do tão desejado calor, percebo que, mesmo alcançando um auto-aconchego de mim para mim mesmo, ainda falta algo. Posso pôr três meias em cada pé, ceroulas e até mesmo um roupão de veludo por cima do abrigo grosso do qual não me desnudo. Posso até mesmo aceitar que o frio é psicológico e me despir da ideia de que minha pele sente a lambida da geada presente. Mas não posso me iludir e acreditar que falta algo para meu pleno bem-estar.
E estar é o que preciso. Estar contigo, eu digo.
É junho. É frio. É tempo de reconhecer que não se faz felicidade sem agarrar a oportunidade.
Vê se me liga na próxima temporada.